quarta-feira, 19 de outubro de 2011

DISCRIMINAÇÃO OU DESCASO?

Muito se tem discutido em vários fóruns de debates sobre como preservar a floresta amazônica criando alternativas de desenvolvimento econômico e social das populações que habitam em uma das maiores florestas do mundo, através de projetos de sustentabilidade e programas voltados para prestar assistência aqueles que vivem em estado de miséria, abandono e isolados sem poder contar de fato com as políticas públicas que alcancem as necessidades daquele povo.
Parcerias, comitês e convênios são realizados desde 2009, com o discurso pronto de que determinado número de instituições vão garantir uma assistência mais eficiente, encurtando distancias, fazendo com que os benefícios cheguem as comunidades mais rápido.
No entanto, há de se perguntar, porque essa assistência ‘’eficientes’’  que  tão bem divulgada nos meios de comunicações, não consegue atender sequer um número de 13 famílias que estão sobrevivendo de forma degradante e desumana há 10 meses, numa garagem no centro de Manaus?
Essas pessoas estão solicitando ajuda a todos os órgãos que fazem parte desses comitês e divulgando na internet, a situação lastimável em que se encontram e buscando defender seus direitos de cidadãos brasileiros, solicitando até a intervenção da justiça no âmbito estadual e federal, e acabam sendo constrangidos através de ofícios e representações dos parceiros deste comitê, que fazem de tudo diante da justiça, para posar de bons moços, jogando sempre a culpa nos índios.
E os índios, simplesmente por não rezarem a cartilha de quem detém o poder e que poderiam resolver esta situação mas, ao serem questionados pela justiça porque não cumprem este papel, preferem usar o caminho de protelar uma situação com o objetivo claro de escamotear seus próprios objetivos e tentar esconder uma realidade que está a vista de todos. 
Se o tal comitê que foi criado há 3 anos, com o único propósito em garantir assistência mais eficiente e mais rápida e encurtar distancias para que os benefícios possam chegar mais rápido a todos aqueles que necessitam dessa assistência, então porque aqueles que estão bem próximos dos executores das ações desse comitê não são  atendidos em suas necessidades e não conseguem há 10 meses um lar para morar com dignidade.
O interessante nisso, é que há anos vem acontecendo problemas com os índios que foram digamos, induzidos à  vir para Manaus, pela falta das assistências. 
Infelizmente, dentro desse sistema, estão também alguns funcionários dentro do próprio órgão, talvez com a intenção de se perpetuar nos cargos, no caso indígena, que agora resolveram se manifestar através de denúncias, não sei qual o real interesse dessas pessoas, afinal essa conivência já vem de longos tempos.
Está parecendo uma campanha de luta pelo poder ao qual antigos dirigentes estão tentando sobreviver.  É preciso que se faça sim, uma sindicância sobre tudo o que vem acontecendo, pois com relação a nossa Coordenação Indígena COIAMA, nunca ficamos calados ou envergonhados pelo contrário, nossas manifestações são cheias de revoltas por não podermos contar com o apoio dos que poderiam pelo menos amenizar essa situação
Quero deixar bem claro, que a COIAMA levou ao conhecimento do Ministério Público Federal irregularidades que estavam sendo praticadas nesse órgão, como por exemplo, o problema das famílias indígenas Kokama e Ticuna acampados na garagem da FUNAI, e ofícios que foram encaminhados a Presidência da República e ao Ministério da Justiça sobre irregularidades que estavam acontecendo.
O que se espera agora é que tudo seja esclarecido e quem está errado deve pagar seja índio ou não.  E, que os  que venham assumir a direção deste órgão em Manaus, que façam realmente um trabalho dirigido ao que se propõe este órgão. 
Que não façam discriminação aos índios tentando já persuadi los e induzindo os a se unir aos  que vivem de forma ilegal em invassões, tentando usar daquela filosofia barata, de que todos os índios são  parentes e devem ficar juntos é preciso que entendam que os tempos mudaram e alguns índios já sabem de seus direito como todo cidadão brasileiro. 
Há poucas horas recebi a denúncia do cacique que está a frente do povo que está na garagem, que um funcionário disse para ele, que estas familias que estão na garagem da FUNAI, há mais de oito meses sem receber nenhum apoio por parte do Orgão de Assistência aos Índios, continuarão de fora da lista de familias que recebem apoio e que eles não terão direito a cestas básicas.
 Vejam bem esse benefício não sai dos bolsos da FUNAI e sim da CONAB, por isso é preciso que a nova administração não se deixe levar  por determinados pensamentos  mesquinhos e conduza este órgão com dignidade e clareza.

Amanhã 03/11/2011, vou falar neste Blog, sobre estas familias albergadas na Garagem da FUNAI, que depois desta denuncia, foram beneficiadas através do Coordenador Regional Substituto da FUNAI Manaus, Sr. João Alberto Ferrareze com 12 Cestas Básicas.

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