quinta-feira, 25 de agosto de 2011

A AMAZÔNIA E O BRASIL.

Regina em área indígena isolada na região do Alto Solimões-Amazonas.

Tem um artigo de Isaias Ribeiro sobre a criação do Estado do Solimões, que ele escreveu no ano passado, no qual faz algumas considerações, interessantes,com o titulo; IPEA INVIABILIZA CRIAÇÃO DE NOVOS ESTADOS NA AMAZÔNIA'',leia este artigo acessando o Link; http://isaiasribeirojs.blogspot.com
Tenho a acrescentar sobre este assunto, que o Estado do Amazonas, tem problemas bastante sérios e de soberania, por sua grande extensão territorial .
Temos na fronteira do Brasil com a Colômbia do lado brasileiro, o município de Tabatinga, no qual a administração municipal, conta com poucos recursos e a população sofrendo pela ausência de muitos serviços públicos, principalmente na saúde, levando com isso, certa ilegalidade, pois as mulheres grávidas buscam melhores condições para terem seus filhos em hospitais e maternidade em Letícia, capital do Estado (Departamento) do Amazonas da Colômbia, que conta com hospitais e maternidades pública melhor equipadas, com isso, filhos (a), de brasileiros (a), se tornam cidadãos colombianos. Depois voltam para o Brasil, onde moram e, surgem os problemas com documentos, cidadania e soberania. O Jornal Nacional da Rede Globo, exibiu matérias e .imagens dessas mulheres da fronteira brasileira que faziam este percurso Tabatinga/Letícia, em 2008.
Centenas de famílias indígenas ou não, tem migrado desta região de fronteira para Manaus, capital do Amazonas, que fica a quase mil quilômetros de distância, para buscar tratamento em hospitais públicos, com isso vão ficando e acabam não mais voltando a seu habitat natural.
Com isso surgem também, os problemas sociais na capital (do Amazonas), pela falta de oportunidades e pela discriminação que sofrem estes migrantes, que acabam sobrevivendo de forma desumana, humilhante e degradante em Manaus.
Sou totalmente favorável a criação de novos Estados na Amazônia, pois a situação nas quais se encontram há anos esta população, precisam de mais ações do Estado.
No caso do Estado do Pará, os representantes políticos deste Estado no Congresso Nacional, tem lutado desde 1996, pela criação do estado do Tapajós e Carajás, pelo isolamento da população que sobrevive de forma precária naquelas regiões e, pelo clima de guerra instalado por conta de problemas agrários,extração de madeiras ilegais que causam danos ao meio ambiente etc.
No caso do Amazonas é diferente, houveram propostas de projetos que não passaram nas Comissões do Congresso Nacional e o próprio IPEA ,Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas, ligado a Presidência da República, através da Secretaria de Assuntos Estratégicos, deu parecer contra a criação do estado do ‘’Solimões’’.
Sofismas, e promessas vãs, enchem a história da revisão territorial do Amazonas, o maior Estado em termos territorial do Brasil.
A criação do Estado do Solimões é um dos pleitos mais justos da população que vive condenada ao isolamento administrativo. Em 1994, o Governador do Amazonas, em entrevista ao Jornal ‘’O Solimões’’,declarava, sobre o que ele achava da criação do Território Federal do Solimões; “Sou totalmente a favor, porque não temos mais condições de governar um Estado deste tamanho”, disse à época o então Governador do Amazonas, Amazonino Mendes.
Atualmente, Amazonino Mendes, é Prefeito de Manaus, e sofre procurando soluções para um grave problema, abrigar um grande número de famílias oriundo da região de fronteira, que fugindo do isolamento e abandono do Estado, migram para a capital e fazem coro com os sem tetos e sem terras, que também buscam uma vida digna e humana, direitos garantidos a todos cidadãos brasileiros através do artigo primeiro e seus incisos, da Constituição da República Federativa do Brasil.
Isto é reflexo de governos, que sempre deram as costas para Amazônia. No caso específico do Estado do Amazonas, 99% da economia esta concentrada na capital e, os outros 61 municípios do Estado, espalhados por uma área de mais de um milhão de quilômetros quadrados, tem uma população sofrida, sem condições, sem opções e praticamente isoladas, não restando outra alternativa a essa gente, a não ser migrar para a capital, que já está cheia de mazelas sociais.
A Amazônia precisa sim, ser redefinida geograficamente e administrativamente, para que possa ser ocupada e desenvolvida pelo povo brasileiro. O isolamento e a falta de um poder administrativo em regiões longínquo é um risco a soberania nacional.

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