(foto do site:douradosagora.com.br)
No mês passado foi divulgado na imprensa um encontro que tratava sobre a situação das mulheres na política partidária, embora soubesse que esse é um assunto para ser tratado durante o ano e não às vésperas das eleições, confesso que o assunto não era muito de minha simpatia, mas a partir de 2010 passei a me interessar, exatamente pelo fato de ver as mulheres alijadas neste projeto.
Em 2010 fui indicada para ser a primeira candidata a deputada estadual indígena do estado do Amazonas, por pessoas que diziam estar cansadas de serem usadas para só trazerem votos aos majoritários e posso afirmar que foi uma experiência muito importante e percebi que a maioria das candidaturas femininas era simplesmente para segurar as vagas masculinas.
Não fui eleita e nem poderia, uma vez que vi e senti a discriminação que o majoritário nutria por mim, jamais me chamou a uma reunião, entreguei meus projetos para que pudessem ser divulgados e os encontrei no lixo na sede do que se chamava comitê, e vejam que não entrei para segurar vagas a outros, mas sim para tentar fazer alguma coisa por aqueles que precisam de nosso apoio.
Mesmo assim, encarei até o fim e valorizo os votos que tive, foram poucos, mas conscientes. Outra coisa para qualquer mulher que pense realmente em ter um mandato para que possa realizar projetos reais, precisa conscientizar urgente as próprias mulheres de que elas são capazes, que tem condições de exercer cargos políticos, deixarem de segurar bandeirinhas nas ruas, ou ser usadas como fãs fanáticas dos candidatos.
No caso da mulher indígena ainda é mais complicado, precisam de mais participação, foi criada uma situação na qual os homens acham que a mulher é só para ser artesã, cuidar da casa, roça e coisa simples. No entanto eles esquecem que é através dessas coisas simples que elas comandam o desenvolvimento sustentável familiar que nunca decepciona.
Neste ano, está começando o movimento para as campanhas eleitorais e eu tenho certeza que dezenas de pessoas gostariam de ver eleitas muitas vereadoras, o que certamente não vai acontecer, pelo simples fato da falta de respeito que alguns dirigentes partidários demonstram pelas suas filiadas.
Não estou tirando partido dessa ou daquela pessoa, mas assisti a desistência de uma candidata a Prefeita de Manaus, e pensei que políticos com mandatos já tivessem saído do casulo do preconceito, e pudessem dar o seu grito de liberdade, mas o que percebemos pelas suas declarações é que as mulheres mesmo as com mandatos, precisam ter mais firmeza em favor da defesa de seu povo, caso contrário um mandato é só para receber salários e presidir comissões cujos projetos são engavetados, talvez pela falta do jogo de cintura da política. Esperamos que neste ano este processo eleitoral, comece a mudar este quadro. Leia também o artigo ''TABUS QUEBRADOS NAS ELEIÇÕES DE 2010 PELAS MULHERES'', no Link: http://reginacoiama.blogspot.com.br/2011/04/tabus-quebrados-nas-eleicoes-de-2010.html

Nenhum comentário:
Postar um comentário