O guerreiro Ajuricaba habitava nas terras dos Manaós, uma tribo indígena que habitava a região entre a cidade de Manaus, capital do Amazonas e Manacapuru, município do outro lado do Rio Negro. Quando da chegada dos invasores portugueses chamados de colonizadores, encontrou nesta terra essa tribo que se identificava como Manaós e que em sua língua significava “Mãe de Deus” e deu origem ao nome atual, Manaus.
Essa tribo também como os Botocudos do Espírito Santo, foram consideradas pelos portugueses como índios orgulhosos e aguerridos pelos brancos invasores. Estes por sua vez, usando de persuasão, enganavam os Manaós e tentaram até através de casamentos de brancos com índios desta tribo, uma estratégia de ligar-se a eles e assim apaziguar os conflitos, mas um índio chamado Ajuricaba, um dos líderes dos Manaós, desconfiou desta aliança íntima dos cunhados brancos, percebendo a má intenção por parte deles e, tinha razão em sua desconfiança, pois os portugueses que se aproximavam dos índios, buscavam conhecer seus líderes para depois prendê-los que eram enviados para Belém, para serem vendidos como escravos.
Ajuricaba conseguiu congregar diversas tribos locais e passou a combater o domínio dos portugueses sobre o seu povo, organizando um sistema de combate nos rios e lagos, dificultando com isso, o deslocamento das tropas portuguesas.
Após quatro investidas, frustradas contra Ajuricaba e seus guerreiros, os portugueses matam o filho de Ajuricaba e este com ódio, lança-se entre os inimigos e lhes causam grandes perdas, um grupo de soldados portugueses o cercaram e o capturaram, sendo preso e amarrado com ferros nos pés e mãos.
Ao ser levado para Belém para ser julgado e possivelmente condenado a morte, ajudado pelos seus guerreiros que os portugueses tinham capturados, cerca de dois mil, tentam tomar o comando do navio e enfrentaram a tropa de Paes de Amaral Belchior, depois de muito sangue derramado, o levante indígena foi dominado e Ajuricaba ainda amarrado em grilhões para não se sujeitar as humilhações dos portugueses invasores, diante dos inimigos gritou na sua língua indígena, ‘’Esta terra é minha, essa terra é nossa’’e lançou-se nas águas dos rios, Negro e Solimões no local conhecido como Encontro das águas, perecendo no encontro dos dois grandes rios. Gerando uma grande insatisfação aos inimigos portugueses que derrotado por ele diversas vezes, queria fazer de exemplo com a morte através da forca, um exemplo as outras tribos que quisessem se rebelar contra o domínio lusitano em terras dos primeiro habitantes deste País.
Infelizmente não existe em Manaus nos tempos atuais, nenhuma referência desta história de um bravo guerreiro indígena, que preferiu se jogar ao rio acorrentado, a ser morto pelo inimigo existindo apenas nomes de ruas e Conjuntos residenciais com este nome. Até um cemitério indígena que existia no centro da cidade foi destruído e no lugar foi construída uma Praça na frente ao palacete Rio Branco que até bem pouco tempo atrás era a sede do pode Legislativo do Estado do Amazonas, ao construírem um prédio anexo, foi encontrado um grande número de potes e túmulos indígenas. Preocupados com a repercussão do achado, os deputados mudaram a sede do Legislativo para outro local, sem criar uma lei onde houvesse referência indicando o historio passado dos Manaós e do grande guerreiro Ajuricaba que queiram ou não, também fazem parte da história de Manaus e do Amazonas.
4 comentários:
Mas, cara Regina, não existe, em Manaus, um aeroporto - ainda que secundário - com o nome de Ajuricaba?! Então penso que há, sim, pelo menos essa homenagem ao bravo guerreiro. Abraço!
Marcus Vinícius de Castro Barbosa, se você acha que o nome de aeroporto secundário é uma bela homenagem há um grande guerreiro dos primeiros habitantes desta terra, então vamos citar também o Conjunto Ajuricaba a Rua Ajuricaba etc. Quando escrevi este artigo, me referia ao reconhecimento por parte das autoridades, de uma liderança indígena que lutou bravamente para defender o seu povo e esta terra, mas que infelizmente jamais é lembrado na história de Manaus.
Ola regina, tem como postar alguma coisa sobre quem foi o pai de ajuricaba, ou sobre a sua referencia guerreira, pois acredito que sua habilidade de lide foi impressionante, para reunir outras tribos e resistir por um bom tempo.
Pra mim seria, uma grande honra poder contar com um monumento histórico que trouxesse os laços desse bravo guerreiro amazonidas... Ao qual escolheu a morte ao ser escravizado. tenho conhecimento dos bairro da rua do cemitério indigena que esconderam da sociedade amazonense ou seja uma grande falta de respeito de nossos governantes a nossa história.
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